sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Planejamento: amigo ou algoz?



Planejamento: amigo ou algoz?

Aproveito este momento oportuno para pensarmos juntos a respeito da questão de nosso planejamento. Penso que nessa semana todas as escolas tiveram, no mínimo, um dia de reunião destinada ao oficio de planejar o trabalho que será desenvolvido durante o ano.
Entretanto, aproveito o ensejo para lembrar daquela fábula do peixinho muito ávido por encontrar a felicidade. É mais ou menos assim: um certo peixe se desgarrou de seu cardume e saiu sozinho a procura do caminho para a felicidade, porém, nosso amigo peixinho nada mais tinha além de seu íntimo e sincero desejo, o que fazia dele um lutador. Porém, um tanto desastrado, eis que o peixinho, após questionar todo o oceano com a pergunta: “Como eu faço para ser feliz?”, encontra alguém que lhe acolhe muito gentil e extremamente solícito lhe diz: “Meu amigo. Não se preocupe. Logo após aquelas algas é só você entrar na primeira caverna à direita que você encontrará a felicidade”.
E lá se foi nosso saltitante peixinho. Pena que esse amigo era um tubarão que saiu correndo após lhe dar a grande dica. E esse caminho tão facilmente indicado, era sua bocarra aberta e faminta, que assim que o peixinho lhe procurou já se pôs a postos para devora-lo. Moral da história: a felicidade existe sim, mas em alguns casos precisa ser conquistada, e dificilmente surge instantaneamente sem esforços ou conquistas.
Mas e o planejamento? Bem, o planejamento, a meu ver, seria nossa possibilidade de não nos perdermos como nosso amigo peixinho e sim podermos trilhar com segurança essa busca da felicidade, e não me refiro à felicidade como um tema romântico, mas sim a felicidade como um fim a ser buscado e encontrado no nosso trabalho.
A felicidade em nosso trabalho, caros educadores, é a do dever cumprido, a felicidade de esgotarmos nossa força de trabalho com um objetivo maior ligado a educação. E se me pego tanto a esse ponto é por acreditar que realmente nesse país, nesse planeta, o único caminho para a melhoria de tudo e de todos se dá através da educação e para tanto chamo a todos para que possamos nos ater a nosso planejamento como um amigo que irá nos nortear nesse ano letivo. Se uso metaforicamente a palavra amigo é no sentido de que algo ou alguém que nos indique bons caminhos e nos ajude a cumprir nossa missão de educar, só pode ser intitulado de amigo.
Para tanto, é necessário que tenhamos uma retomada de postura diante do ato de planejar. Não devemos considerar esse momento enfadonho, sem motivações, uma mera obrigação burocrática, um algoz a nos perseguir, que devemos fazer para constar, que fazemos “porque tem que entregar...”.
Devemos ter o planejamento como um momento de refletir o que aprendemos, como nossos alunos nos anos que se passaram, e transformar esse aprendizado em saber, escolhendo cuidadosamente, e por que não carinhosamente, qual caminho trilharemos, como será nossa metodologia, repensarmos conteúdos, posturas, enfim, reverter a nosso favor esse momento e não deixar essa questão estanque, mas sim retomarmos de verdade, sempre que for necessário esse planejamento e para além de frases feitas, encara-lo como um amigo e que como todo bom amigo é flexível, sem intransigências e sempre pronto a nos auxiliar, ainda que às vezes nos mostre que esquecemos algo importante, que devemos frisar este ou aquele item um pouquinho mais. O importante é que pensemos que temos um aliado a nossa disposição.

Maria Aparecida Rodrigues

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