Bem como professora da Rede Estadual de São Paulo, ganho pouco,além de sequer ser mal casada,pois não o sou de forma alguma,logo minha vida de solteira me empurra a aumentar minhas receitas,já que as despesas não param de crescer.
Tornei-me então Professora de Apoio no período da tarde e leciono para um quinto ano pela manhã, mas nesse Apoio eis que me surge S. uma criança meiga,carinhosa,doce e ávida por aprender, mas não fala,não escreve sequer seu nome...tem um problema cerebral congênito que é laudado,embora a mim esse laudo tenha sido um amontoado de palavras que não entendi...
Divido aqui duas posições: meu profundo desejo de ajudá-la...sincero e verdadeiro,que me impele a ler,conversar e pegar dicas como pérolas preciosas a tecer um colar...
Honestamente uma parte de meu tempo de educadora que lida com dois grupos distintos no Apoio ,além da S. e uma sala com suas particularidades dentre eleas K...um outro amor matinal que falarei outro dia...
Mas retomando,dentre meu excasso tempo ,uma parte é para S. que desejo ajudar mas não sei como, falta-me esclarecimentos,ajuda,fundamentação teórica e prática.
Sou Pedagoga,Psicologa formada e Licenciada pela USP, mas minha angústia é tamanha que não sei se o que faço,apesar de minha dedicação, é suficiente.
Eis os pontos fundamentais desse desabafo: quero ajudar e me empenho mas também sei que não sei o que fazer,para alémde meu querer,sinto-me impotente.
Então eu pergunto:estamos incluindo o quê? E para quê?
E antes que me venham como famoso jargão SOCIALIZAR ,desculpem governantes,eu quero mais do que isso para as S. que existem..quero-as aprendendo a ler,escrever,evoluindo...gastanto todo seu potencial,óbvio que respeitando suas limitações,mas nunca as tendo como barreiras,e sim como trampolim para outros vôos...