sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A distância do falar para o fazer



Chamada:- Nossas atitudes focadas sobre parâmetros educacionais deveriam ser cargas que nos fossem possíveis carregar enquanto que os caminhos por onde levaremos, deveriam ser caminhos cuidadosamente escolhidos para que nada se perca nem nos sobrecarregue.



            Os professores, e alguns educadores, possuem várias falas a respeito da educação e a necessidade de falar a respeito.
            Refiro-me àquelas falas inflamadas, ou até mesmo aquele consentir de testa franzida, muda, mas que diz que a educação está muito ruim. Entretanto, o educador deve assumir essa mudança em um macrocosmo, lutando por uma educação arraigada de decência salarial e de recursos didáticos e humanos de boa qualidade.
            Mas e a prática?
            Sim. O dia a dia, ou melhor, aula após aula. Estão tão embasados desse desejo de melhoria e dessa repugnância ao descaso em que se inunda a educação?
            Parece-me que sendo a prática o que sustenta a teoria, existe no mínimo um desencontro aí.
A prática, em muitos casos, vem como uma lamentável e terrível colcha de retalhos onde cansaço, desânimo, má remuneração dos educadores, falta de recursos, descaso governamental, tédio, desmotivação, etc., enfim, são inúmeras as lástimas. Mas são incontáveis e inimagináveis os prejuízos que sofrem nosso produto final, nossos educandos, nossos alunos.
            E em meio a tantos dissabores, o educador é tentado a se deixar levar e compactuar com os que discursam em prol do “- não tem jeito; não há o que fazer”. E aí, por omissão de atitudes, engrossa a fileira do ‘deixa pra lá’.
            Se olharmos uma fábula onde dois cavalos, prestes a atravessar um rio, questionamos qual deles tem uma carga melhor, sendo que o primeiro carrega sal e o segundo algodão. Na travessia, descobrimos que a resposta seria que a melhor carga é a de sal, pois o sal se dilui na água do rio enquanto que o algodão se inchará com água e ficará por demais pesado, a ponto de não sabermos se o cavalo irá suportar.
            Pensando como atitude educacional, seria interessante que o educador não tivesse suas atitudes perdidas e diluídas sem possibilidade de apreensão (como o sal), nem tão pouco se fizesse estufar, inchar, enchendo-se de idéias enquanto que na prática apenas sente-se com sua carga aumentada. Nossas atitudes, focadas sobre parâmetros educacionais, deveriam ser cargas que nos fossem possíveis carregar, enquanto que os caminhos por onde levaremos, deveriam ser caminhos cuidadosamente escolhidos para que nada se perca nem nos sobrecarregue.


Maria Aparecida Rodrigues

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