Convido a todos a
pensarem em espelho como sendo aquilo que nos reflete, que demonstra como somos
em nossa totalidade, sem ressalvas, emendas ou rasuras.
Lendo um
artigo neste jornal a respeito de como as crianças aprendem ao imitarem os seus
pais, foi como se uma frase que sempre digo tivesse eco, ou seja, o exemplo
ainda é a melhor forma de educar.
Pensando em
todos os educadores, questiono: Qual exemplo que estamos dando? Os alunos se
espelham em nós, e ainda que seu comportamento seja o oposto do que pregamos,
teremos condição moral de faze-lo refletir a respeito de seu modo baseando-se
em nosso exemplo vivo, que ressoa muito mais do que mil palavras soltas sem
conexão com o real.
Refiro-me a
exemplo sem perder de vista que todos os educadores são, antes de qualquer
coisa, seres humanos, e como tais, tem em nosso encalço, a imperfeição, sempre
pronta a nos cobrar uma evolução diária e constante. Entretanto acho útil
pensarmos em todas as coisas que o educador espelha, e aí questiono: como está
a qualidade da sua caligrafia? Professor: sua letra é o modelo de letra para
nossos pequenos. E uma desatenção pode levar uma pessoa a grafar erradas
palavras ou pior, não entender o que você escreveu.
Vale lembrar
também de nosso amigo medieval, o estêncil. Como está a qualidade do estêncil
feito e reproduzido? Ele possui uma margem, uma figura que dê para identificar?
Ou é uma folha de papel sem linha feita de forma torta, entregue borrada, ou
muito clara? Os alunos adivinham o que ali se encontra, ou tem que perguntar
diversas vezes? Isso pode deixar os limites da paciência a beira da exaustão.
Mas vale lembrar que essa situação poderia ter sido contornada com um pouco de
zelo e presteza, afinal, quando o professor faz qualquer coisa sem cuidado, sem
capricho, ele esta dizendo ao aluno que este também pode fazer o mesmo, onde
qualquer coisa vale, ainda que sem cuidado, atenção, dedicação, etc... São
coisas variáveis.
E quanto à
assiduidade, pontualidade, vestimenta adequada... Penso que em tudo se aplica a
mesma indagação; como está seu espelho? O que você observa? E o que pode
ensinar aos nossos pequenos? Espero que estas indagações sejam em sua maioria
apenas reflexões, mas quando tiverem em nossa realidade alguma semelhança, que
possamos nos entender como pessoas que possuem falhas, mas que devido ao
compromisso que exige nossa função, possamos estar constantemente evoluindo.
A nossa função
de educador esta inserida em nosso ser como um todo. Não somos divididos,
fracionados, de forma que o nosso papel como educador nada tem a ver com nossa
maneira de vivermos. Acredito que à medida que tenhamos consciência da busca de
termos um espelho de educador adequado, este empenho se dará em nossa
existência toda, tornando-a mais plena e feliz.
Maria
Aparecida Rodrigues
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